Durante o inverno, o impacto no volume de chuva não será significativo, dada a natureza naturalmente mais seca do período. No entanto, em casos de La Niña forte, pode haver atraso no retorno das chuvas, que normalmente ocorrem a partir da segunda quinzena de outubro em diante. Além disso, espera-se uma redução na temperatura média do ar ao longo do inverno e primavera de 2024, com possíveis ondas de ar frio tardias, podendo resultar em geadas, principalmente nas regiões Oeste, Sudoeste, Central e Sul do Paraná. A mudança nos padrões climáticos conhecidos e registrados ao longo de décadas e séculos modifica o fino balanço dos ecossistemas, que dependem dos ciclos de chuvas, secas, calor e frio para manter as mais diversas formas de vida. Interpretando os dados dos gráficos, é evidente que uma proporção significativa dos municípios da região Norte exposta está a um risco médio a muito alto de enfrentar desastres relacionados à água, como inundações, enxurradas e alagamentos. Os 131 municípios na categoria de alto risco e os 54 na categoria de muito alto risco são de especial preocupação, uma vez que indicam uma suscetibilidade específica a eventos que podem resultar em danos substanciais à infraestrutura, ecossistemas e comunidades locais.
A análise também aponta que a região Norte do Brasil apresentou a segunda maior proporção de indivíduos nessa condição, com 33,9% de sua população afetada (Catto, 2023)¹. De acordo com a introdução feita até agora, propomos discutir abaixo sobre a vulnerabilidade social e os riscos associados às mudanças climáticas, com foco nos desafios relacionados à segurança alimentar e aos desastres geo-hidrológicos na região Norte do Brasil. Ao combinar as informações dos índices, torna-se evidente que, enquanto a região Norte como um todo pode ter um risco variável de impacto para seca, a vulnerabilidade geral à segurança alimentar é preocupante, com muitos municípios enfrentando riscos médios a altos.
A preparação e a resposta rápida são essenciais para reduzir as consequências negativas desses eventos, que tendem a se tornar mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas. No Sul, espera-se um aumento no número de municípios afetados pelas secas devido às chuvas abaixo da média previstas para o segundo semestre do ano. A incerteza quanto aos padrões de precipitação reforça a necessidade de medidas adaptativas e de gestão para enfrentar os desafios climáticos nas áreas agrícolas do país. Isso significa que algumas regiões podem enfrentar períodos de seca mais intensa, como a região sul do Pantanal, enquanto outras podem registrar chuvas mais intensas e frequentes. Para o setor agrícola, essa variabilidade pode representar desafios significativos, especialmente para culturas sensíveis à disponibilidade de água, como a soja, o milho e o trigo. Reinaldo ainda ressalta que a intensidade e configuração do fenômeno podem trazer diferentes impactos.
Áreas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil enfrentam nesta semana (11 a 15 de março) uma nova onda de calor, segundo alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), com temperaturas que podem chegar a 40°C em alguns locais. As Niñas também podem provocar extremos de chuva no Sudeste, Norte e Nordeste, mas ainda é cedo para saber se isso melhores notícias ocorrerá. A Nota Técnica chama a atenção para o risco de chuvas extremas em toda a porção leste de SP e litoral sul do RJ. Já no Sudeste e em parte do Centro-Oeste o impacto deverá ser na redução do calor, na primavera. Mas, ao menos, deve haver alívio para o calor escaldante, que bate recordes de temperatura mensais desde setembro de 2023.
La Niña deve substituir El Niño e aliviar o calor que bate recordes de temperatura mensais desde 2023
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. De acordo com a companhia, programas regulares são mantidos para evitar esses problemas. A campanha Guardião da Vida busca conscientizar a população sobre os cuidados no plantio, podas e cortes de árvores, respeitando sempre uma distância segura da rede elétrica. Em Praia Grande, o Corpo de Bombeiros foi acionado para possíveis deslizamentos de terra na Rua Lucia Barana, no Jardim Alice, e, ao chegar no local, constatou que duas residências sofreram abalos estruturais após serem atingidas por um veículo arrastado pela água da chuva.
Isso destaca a importância de políticas e estratégias robustas de adaptação e mitigação, particularmente no que tange ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e práticas alimentares sustentáveis. Os dados sublinham a necessidade de um monitoramento contínuo dos riscos associados às mudanças climáticas, bem como de uma resposta proativa para fortalecer a resiliência das comunidades da região Norte do Brasil. A plataforma AdaptaBrasil, visa fornecer informações sobre a vulnerabilidade, exposição e riscos associados às mudanças climáticas no país, ela destaca a importância de entender e monitorar a resiliência dos municípios brasileiros. O site oferece dados e ferramentas que ajudam a identificar e compreender os riscos e vulnerabilidades climáticas ao nível local, e servem como um recurso para o planejamento de medidas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas. A incorporação de informações do AdaptaBrasil ao contexto dos estados do Norte do Brasil com altos IVS é crucial para desenvolver estratégias que abordem tanto as questões sociais quanto as ambientais.
Depois do El Niño intenso, La Niña deve trazer alívio momentâneo
“Segundo o Copernicus, a instituição climática da Europa, 2023 é o ano mais quente já registrado não apenas nos últimos dois séculos, mas desde o período interglacial, há 125 mil anos.” Esse fenômeno pode ser observado no gráfico a seguir, que traz dados do Brasil nos últimos 121 anos.
Entre as atribuições do Comitê estava a de gerenciar a distribuição de 1,1 milhão de cestas básicas compradas pelo governo e doadas por empresas para famílias que ficaram sem renda. Também durante a pandemia, ele colaborou no planejamento do serviço funerário de São Paulo, Campinas, Santos e Guarulhos, que se preparavam para um eventual salto no número de óbitos durante a pandemia. Antes estava muito voltado para a questão das doações, e agora tem se dedicado mais ao planejamento das operações.
Quais os impactos esperados?
Como seu “irmão” climático, a Niña é um fenômeno global com impacto em todos os continentes. O alívio do calor é bem-vindo, mas, como o Niño, a Niña também é uma anomalia e pode provocar secas e chuvas torrenciais. Não foi apenas nessa sessão que pude ver exemplos de como a tecnologia está contribuindo com a agenda do clima. Os preparativos para enfrentar os desafios impostos por La Niña já começam a ser discutidos entre autoridades e especialistas. A incerteza quanto aos padrões de precipitação reforça a necessidade de medidas adaptativas e de gestão robusta, visando mitigar os impactos adversos nas áreas mais vulneráveis, especialmente na agricultura, que é vital para a economia do país. E, enquanto isso, continuará a causar anomalias, como calor acima da média em todo Brasil, chuvas intensas no Sul e incêndios em Roraima.
No território brasileiro, os efeitos do El Niño se traduzem em anomalias nos regimes de chuva e temperatura, provocando secas severas em algumas regiões, enquanto outras são acometidas por precipitações excessivas. As secas impactam diretamente a disponibilidade de água para consumo humano e para a agricultura, essenciais para a subsistência das comunidades rurais e para a segurança alimentar do país. Adicionalmente, comprometem-se a produção de energia hidrelétrica, afetando a economia e a qualidade de vida da população em geral. Enquanto o Norte e Nordeste registram chuvas acima da média, o Centro-Oeste e Sul enfrentam períodos de seca. Essas variações na precipitação e na temperatura do ar podem influenciar as atividades agrícolas. O Paraná está atento às projeções climáticas para o ano de 2024, especialmente diante da previsão da ocorrência do fenômeno La Niña, logo após o fim do El Niño.